AE
Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM) foi eleito prefeito de Salvador neste domingo, derrotando com folga o petista Nelson Pelegrino, depois de uma disputa bastante acirrada nas últimas semanas. O deputado federal ACM Neto recebeu 53,51% dos votos válidos, e Pelegrino 46,49%.
ACM Neto é herdeiro político de seu falecido avô, o ex-senador e ex-ministro Antônio Carlos Magalhães, liderança que dominou a política baiana por décadas e que "criou" o verbete político "carlismo".
Desidratado com a saída de vários integrantes para o PSD, partido criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a vitória em Salvador dá um fôlego ao DEM.
Já o PT, cujo candidato teve o apoio ativo da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, viu Pelegrino sofrer com a má avaliação do governador petista Jaques Wagner, o que deve servir de sinal amarelo, ou vermelho, para as eleições gerais daqui a dois anos.
ACM, que lidera a bancada de seu partido na Câmara dos Deputados e faz forte oposição ao governo Dilma Rousseff no Congresso Nacional, comemorou o resultado das urnas e agradeceu os eleitores em seu perfil do Twitter.
"O povo escolheu defender Salvador! Obrigado! Vamos juntos fazer uma nova história!", disse o prefeito eleito.
A senadora Lídice da Mata (PSB), uma das coordenadoras da campanha de Pelegrino à prefeitura, creditou a derrota à dificuldade em colar a má administração do atual prefeito, João Henrique Carneiro (PP), ao candidato do DEM.
Durante o período eleitoral, os dois candidatos tentaram desvincular sua imagem da atual administração municipal.
"O que aconteceu foi que nós, apesar do desempenho extraordinário do nosso candidato, não conseguimos mostrar que a péssima admnistração do prefeito João Henrique não tinha relação com o nosso candidato, e sim com o ACM Neto", disse a coordenadora à Reuters.
Segundo a senadora, as recentes greves dos policiais militares e dos professores também prejudicaram a candiadtura de Pelegrino, uma vez que provocaram a insatisfação do eleitorado com o governo estadual, do PT.
"A greve dos professores e da Polícia Militar deixou o funcionalismo, no mínimo, neutro."
Lídice reclamou ainda de ataques, o que classificou de "baixarias" da campanha adversária.
O ex-deputado José Carlos Aleluia (DEM), por sua vez, responsável pela coordenação da campanha de ACM, disse à Reuters que a campanha petista falhou principalmente ao insitir na proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma.
"Foi um conjunto de fatores, mas o candidato deles tinha grandes problemas. Não tinha propostas e ficou o tempo todo atacando o nosso candidato e tentando mostrar o alinhamento com Lula e Dilma. Usou isso como única arma", disse Aleluia.
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